O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter o afastamento, por 90 dias, do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). A vice-governadora, Celina Leão (PP), ocupa o cargo interinamente. A Corte tem também maioria favorável às prisões do ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Fábio Augusto Vieira.
Na terça–feira (10), Moraes decretou, por suposta omissão, a prisão preventiva de Anderson Torres e Fábio Augusto Vieira. Vieira foi preso ainda na terça. Em uma rede social, Torres afirmou que vai interromper as férias no exterior e retornar ao Brasil. “Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa.”
Na decisão, Moraes afirma que “a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal.”
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também alertou o governo federal sobre o risco de invasão aos prédios dos três Poderes, em Brasília, horas antes de os atos ocorrerem.
Estimativas preliminares apontam prejuízo superior a R$15,5 milhões
O último domingo (8) entrou para a história do Brasil como o dia em que as sedes dos Três Poderes foram depredadas durante violentos protestos. A invasão ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto causou prejuízo superior a R$ 15,5 milhões, segundo estimativas preliminares.
Paulo Henrique Costódio afirma que o ressarcimento dos prejuízos pode ser repassado aos agentes públicos, caso fique comprovada a responsabilização.
“Se houver uma definição pela responsabilização dos agentes públicos nos prejuízos causados, é possível, sim, que haja uma condenação para ressarcimento ao erário. Nesse caso, é importante salientar que vai depender de uma ampla tramitação processual e da garantia do contraditório e da ampla defesa e tudo que for produzido no processo”, explica o especialista.
De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, até o momento, o prejuízo causado no Palácio do Planalto é avaliado em mais de R$ 8,5 milhões apenas em obras de arte.
A pintura “As mulatas”, do artista Di Cavalcanti, com valor avaliado em R$ 8 milhões, foi encontrada com sete rasgos de diferentes tamanhos. A obra “O Flautista”, de Bruno Giorgi, estimada em R$ 250 mil, foi encontrada destruída. A escultura de parede em madeira, de Frans Krajscberg, foi quebrada em diversos pontos. O valor estimado da peça é de R$ 300 mil. Outras obras também foram destruídas, assim como vidros e parte do mobiliário, mas ainda não há um levantamento mais detalhado sobre o valor do dano.
O Poder Legislativo também divulgou uma estimativa preliminar de prejuízo milionário. No Senado Federal, a invasão deve custar entre R$ 3 e R$ 4 milhões ao orçamento da Casa. Vidraças foram quebradas, carpetes e obras de arte danificadas, além de presentes dados por chefes de Estado.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) iniciou na terça-feira (10) vistoria aos edifícios, que deve ser concluída nesta quarta-feira (11). Segundo o órgão, após a conclusão dos trabalhos, será produzido um relatório descritivo-fotográfico dos bens móveis e arquitetônicos danificados.
Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF |
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