Choveu pouco no Paraná em dezembro. A notícia, recorrente durante os dois últimos anos, reforça a necessidade do uso racional da água. O Estado está em situação de emergência hídrica desde maio de 2020. Um levantamento realizado pelo Simepar mostra que a chuva acumulada no mês passado em 12 cidades de diferentes regiões foi de 941,2 milímetros, quanto uma expectativa de 2.029 mm.
O monitoramento foi feito em Antonina, Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Londrina, Maringá, Francisco Beltrão, Paranavaí, Umuarama, Cornélio Procópio, Cascavel e Foz do Iguaçu. Ao longo do ano passado, o Paraná superou a média histórica estipulada somente em janeiro e outubro. O diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, afirmou que é preciso o apoio da população para que a água potável seja consumida com prioridade para alimentação e higiene pessoal.
A estiagem em dezembro castigou mais os municípios localizados na parte Oeste do Paraná. Umuarama, por exemplo, registrou precipitação acumulada de apenas 1 mm ao longo dos 31 dias do mês de dezembro. A chuva foi um pouco mais generosa na região Leste. Apenas Antonina, no Litoral, conseguiu superar a expectativa, com acumulado de 311,4 mm, 14% acima da média. Segundo o meteorologista do Simepar, Fernando Mendonça Mendes, o Oeste foi mais castigado por depender da umidade amazônica, das regiões tropicais mais ao Norte do País.
O fluxo foi prejudicado por alguns motivos como o desmatamento da Amazônia, o que muda o clima e atrapalha a chegada das frentes ao Paraná. A localização geográfica beneficiou Curitiba. A Capital ficou bem perto da média histórica, com precipitação acumulada de 120 mm, 7 mm a menos do que a média, ajudando a aumentar os níveis das barragens que abastecem a população da Região Metropolitana de Curitiba.
De acordo com a Sanepar, o atual índice das barragens é de 67,82%. Ainda assim, a cidade segue com restrições no abastecimento. Em outras regiões do Estado, o rodízio está implantado em Nova Laranjeiras, Dois Vizinhos, Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste, devido à baixa vazão de rios e poços. A expectativa para janeiro é de que as chuvas fiquem dentro da média prevista para o período. Condição que deve prevalecer ao longo da primeira quinzena do mês, sem apresentar, contudo, perspectiva de eventos mais severos.
Foto: Geraldo Bubniak/AEN |
(Repórter: Felippe Salles/AEN)
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