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Ceratocone: diagnóstico precoce pode frear avanço da doença

Desde 2016, pesquisadores e profissionais de saúde realizam uma campanha global com o objetivo de conscientizar a população sobre o impacto que o ceratocone tem na visão, podendo levar à cegueira.

O ceratocone é uma doença que afeta a estrutura da córnea, camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular. Quando sofre afinamento e aumento na sua curvatura, a córnea deixa de ser redonda e adquire formato de cone.

Apesar de não ter cura, se diagnosticada precocemente, o tratamento pode frear a progressão da doença. “É importante detectar precocemente o ceratocone porque hoje já  existem formas de evitar que ele progrida e leve a uma perda de visão muito significativa, causando impactos no bem-estar e qualidade de vida do paciente”, explica o oftalmologista do Hospital de Olhos de Cascavel, Dr. Cesar Shiratori.

Ceratocone -Imagem de divulgação

Sintomas e tratamento

Os sintomas do ceratocone são visão borrada, embaçada e distorcida, tanto de perto quanto de longe. Dor de cabeça e coceira excessiva também podem ser sinais da doença. “O ceratocone não tem cura, o que a gente consegue é melhorar a qualidade da visão com o uso de óculos ou lentes de contato. E naqueles casos em que não há melhora ou que a doença já está muito avançada, existe o transplante de córneas. Essa possibilidade a gente tenta deixar como último recurso, pois existe a chance de rejeição; e depois de 20 a 30 anos pode ocorrer a falência do transplante, sendo necessário um novo transplante, o que aumenta o risco de uma rejeição”, observa o médico.  

O especialista reforça que o transplante traz de volta a visão, mas pode impor uma série de restrições e precauções ao paciente. “O transplante no geral é bem sucedido, ele melhora bastante a qualidade de visão, só que a pessoa precisa ter muito cuidado na sua manutenção, fazer os exames regularmente, evitar as formas de traumatismo nos olhos, como esportes de contato e de impacto”, reforça.

Prevenção

O ceratocone é uma doença de caráter genético e hereditário. Desta forma, quando há casos na família, o acompanhamento médico precisa ser ainda mais frequente. “Aquelas pessoas que têm casos na família têm mais chance de desenvolver a doença. Por isso é importante que informe ao médico oftalmologista para que ele mude a investigação de possíveis sintomas”, esclarece.

Não há como prevenir a doença, mas é possível controlar a evolução nas pessoas geneticamente predispostas, corrigindo o hábito de coçar os olhos, tratando a rinite alérgica, as alergias dermatológicas e a asma, por exemplo, que podem causar a coceira. “As teorias dizem que o fator mecânico de coçar os olhos pode predispor ou fazer com que apareça o ceratocone ou então que ele avance mais rápido. Então aquelas pessoas que têm muita alergia nos olhos têm que vir mais regularmente ao consultório, tratar essa alergia, evitar coçar os olhos. Nos exames de rotina muitas vezes a gente já consegue detectar o ceratocone em estágio inicial”, completa. 

Dr. Cesar Shiratori

Artigo de autoria Contelle Comunicação -  Letícia Fernandes



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